O projeto de Mediadores Municipais e Interculturais visa a inclusão social da comunidade cigana residente no concelho de Barcelos. A pertinência deste projeto advém do facto de, há cerca de 30 anos, se terem fixado em três freguesias do território barcelense: Arcozelo, Fornelos e Barqueiros, comunidades ciganas de forma permanente. Pretende-se, com este projeto, através de atividades de mediação e sensibilização intercultural com foco na comunidade escolar, criar pontes entre cidadãos e instituições, prevenir conflitos e aumentar o sentimento de pertença da comunidade cigana.
O acampamento de Arcozelo é composto por 50 pessoas, distribuídas por 13 agregados familiares. Sónia Monteiro é mediadora para a comunidade de Arcozelo e aponta as principais vantagens destas ações: “A importância deste projeto, na minha maneira de pensar, é tentar ajudar a comunidade. O que eu tenho feito para os ajudar é nos acompanhamentos de levar as crianças à escola, também acompanho as consultas. Tenho também acompanhado a ida às compras e também no preenchimento de documentação, medicação ou apoio no dentista. Tenho também ajudado na parte da casa/habitação, como também na parte do hospital para comunicar no que eles precisem. Tenho ajudado também na parte das escolas, quando alguém da comunidade tem algum problema, ou tem alguma dificuldade, ou tem faltado às aulas, coisas assim desse género”.
O acampamento de Barqueiros é composto por 30 famílias, composto por cerca de 110 pessoas, e o de Fornelos é composto por oito pessoas distribuídas por três agregados familiares. Neste caso, o mediador é Adolfo Garcias que realça o aspeto fundamental do seu trabalho, nomeadamente a confiança que a comunidade deposita na sua pessoa e na ajuda que diariamente presta nas mais diversas áreas. “O trabalho que faço é ajudar a minha comunidade num pouco de tudo, a preencher documentos, levar documentos do acampamento para o Centro, ajudo com as coisas da escola, quando há problemas com os miúdos chamam-me para tentar resolver da melhor maneira. Também no Posto Médico e Centros de Saúde. Ajudo também os mais necessitados que precisam de transporte e me pedem, levo-os ao centro de saúde, falo com os médicos, e esse é o trabalho do mediador, ajudar a comunidade”. “A ação que mais queria realizar era na habitação social, para mim era um sonho realizado como mediador, ver os miúdos e os idosos, os ciganos, a sorrir. Há aqui miúdos com o sonho da dança, outros do futebol, são as áreas que eles mais gostam”.
Sónia Monteiro e Adolfo Garcias são os mediadores que dão corpo e expressão de maior proximidade às atividades de mediação institucional, intersectorial, em habitação, em emprego e formação, saúde, parentalidade, cidadania intercultural com foco na educação e mediação em cidadania intercultural.
Enquanto abordagem de base local, a presente operação representa um investimento de cerca de 195 mil euros, dos quais 124 mil provêm do Fundo Social Europeu. Ao apoiar esta operação através do Fundo Social Europeu, os Fundos Europeus Estruturais de Investimento são um instrumento fundamental para a promoção da inclusão social, do emprego e da qualidade de vida.
Esta ação de comunicação é financiada pelo POAT – Programa Operacional de Assistência Técnica.