É a primeira cidade em Portugal e na Península Ibérica a integrar a rede mundial de Cidades Criativas, na categoria do Artesanato e Arte Popular. O reconhecimento foi dado pela UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Já há “fumo branco” na UNESCO! Barcelos acaba de entrar para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência a Cultura, na categoria do Artesanato e Arte Popular.
A decisão foi anunciada esta terça-feira, dia 31 de outubro, com 64 novas cidades de 44 países a integrarem a rede internacional em sete domínios criativos: Artesanato e Arte Popular, Design, Cinema, Gastronomia, Literatura, Música e Artes e Media.
Barcelos torna-se, com o selo de Cidade Criativa da UNESCO, uma referência mundial em artes e ofícios tradicionais, um título inédito entre cidades portuguesas, sendo também a única representante da Península Ibérica.
Barcelos formalizou, no passado mês de junho, a sua pretensão de aderir à Rede de Cidades Criativas reconhecidas pela UNESCO, uma iniciativa da Câmara Municipal que vem dar continuidade à aposta que tem vindo a ser feita na valorização do património material e imaterial do concelho. A candidatura foi sustentada no facto de a comunidade criativa local possuir um reconhecimento nacional importante, já que Barcelos é uma referência no artesanato, e desejar promover em redes internacionais as boas práticas e o “know how” adquirido ao longo dos séculos.
Esta distinção é para Miguel Costa Gomes, presidente da Câmara Municipal de Barcelos, “um motivo de orgulho” já que “esta chancela vem reconhecer e dignificar a comunidade criativa barcelense, os nossos produtos artesanais e o saber-fazer e a mestria dos nossos artesãos. É também um galardão que vem legitimar um concelho que se ergueu e se tem reinventado através da criatividade e o investimento que o Município de Barcelos tem vindo a fazer nesta área”. Com esta distinção, sublinha Miguel Costa Gomes, “sai reforçada a marca Barcelos, que sempre defendemos e acarinhamos como um património que nos foi legado e que temos de preservar para as gerações vindouras”. Defender “a marca Barcelos é defender a nossa cultura, uma tarefa que continuaremos a desenvolver com todo o nosso empenho e paixão”.
A terminar, Miguel Costa Gomes não esquece “aqueles que foram preservando as nossas tradições e que são, obviamente, os grandes homenageados”, dedicando o prémio a todos os barcelenses.
Criada em 2004, a Rede de Cidades Criativas visa estabelecer uma ligação e cooperação entre cidades que identificam a criatividade, a arte e a cultura enquanto fatores estratégicos para o desenvolvimento económico. Na prática, as cidades comprometem-se a colocar as indústrias criativas e culturais no centro da sua ação governativa.
A integração de Barcelos na Rede de Cidades Criativas da UNESCO vai permitir, entre outros, o reconhecimento internacional da tradição artesanal e da arte popular de Barcelos como um valor patrimonial, histórico e social, a criação de mais postos de trabalho, nomeadamente no turismo criativo e de experiências, o reforço da notoriedade e reputação da criatividade dos barcelenses nas suas diversas artes, a promoção da criação de estruturas de apoio à atividade artística e a valorização das oficinas criativas tradicionais e apoio a novas gerações de artesãos.
Barcelos figura, assim, entre a lista restrita de 36 cidades mundiais com distinção no domínio do Artesanato e Arte Popular. Vai juntar-se a Aswan (Egipto), Fabriano (Itália), Santa Fé (EUA), Icheon City (Coreia do Sul), Hangzhou (China), Paducah (EUA), Suzhou (China), Pekalongang (Indonésia), Nassau (Bahamas), Jingdezhen (China), Jacmel (Haiti), San Cristobal de Las Casas (México), Duràn (Equador), Lubumbashi (Zâmbia), Al Ahsa (Arábia Saudita), Isfahan (Irão), Bamiyan (Afeganistão), Jaipur (Índia) e Sasayama (Japão), Baguio City (Filipinas), Cairo (Egipto), Carrara (Itália), Chiang Mai (Tailândia), Chordeleg (Equador), Gabrovo (Bulgária), João Pessoa (Brasil), Kütahya (Turquia), Limoges (França), Madaba (Jordânia), Ouagadougou (Burkina Faso), Porto-Novo (Benin), Sheki (Azerbeijão), Sokodé (Togo), Tétouan (Marrocos) e Tunis (Tunísia).
A Rede de Cidades Criativas é agora formada por 180 membros de 72 países de todo o mundo. Em Portugal, existiam já dois municípios, desde 2015, com o título de Cidade Criativa – Óbidos, na área da Literatura, e Idanha-a-Nova, na área da Música. Barcelos conquista agora um lugar na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, a par de Amarante, na área da Música, e Braga, na área de Artes e Media.