Dois dias antes das comemorações dos quarenta anos do 25 de Abril, vinte dizedores, todos participantes no curso “Haja Ânimo” coordenado pelo jornalista Alberto Serra, vão dar voz a poemas de denúncia social e política e de resistência na luta contra o fascismo. Sophia foi uma mulher de causas e muitos dos seus textos e poemas assumem uma dimensão profundamente humanista, porque o que sempre a moveu foi o combate pela dignidade.
Nascida no Porto em 1919 e desaparecida em 2004, os restos mortais da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen serão trasladados para o Panteão Nacional, em Lisboa, a 2 de julho.
A trasladação acontecerá no dia em que passam dez anos da morte da escritora. Em fevereiro, a Assembleia da República aprovou por unanimidade a concessão de honras de Panteão Nacional à poetisa e a criação de um grupo de trabalho para determinar a data e o programa da trasladação.
Na resolução aprovada, os deputados afirmaram que a trasladação é uma forma de homenagear “a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne” e evocar “o seu exemplo de fidelidade aos valores da liberdade e da justiça”. Sustentando a decisão da trasladação, os deputados afirmaram ainda que para Sophia de Mello Breyner Andresen “a intervenção política fez-se sempre por imperativos morais e poéticos”.
Sophia de Mello Breyner Andresen foi a segunda mulher a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.