O levantamento das crónicas será realizado por Sousa Dias, a pedido da família do autor, de forma a poder estar disponível nas feiras do livro do próximo ano.
A vereadora do pelouro da Cultura, Armandina Saleiro, referiu a “marca” que Manuel António Pina deixou em Barcelos, recordando que o pai do escritor trabalhou na divisão das Finanças da cidade, que o próprio Manuel António Pina passou cá algum tempo da sua infância e, por isso, “tinha um gosto especial pelo concelho e nos premiava com várias visitas”.
Na sessão que decorreu na Biblioteca, o escritor foi lembrado como uma “figura incontornável das letras” tendo sido exibido um filme intitulado “Um sítio onde pousar a cabeça” da autoria do jornalista Alberto Serra, promotor desta homenagem em Barcelos.
No auditório a emoção era visível nos rostos dos oradores que, depois da passagem do filme, falaram do amigo, do poeta e do cronista. A popularidade recente do escritor, “surgida depois de vencer o Prémio Camões, veio acrescentar a popularidade que já tinha enquanto cronista” referiu Sousa Dias, amigo de Pina.
Sousa Dias recordou alguns momentos passados com o jornalista e cronista, falando da “alegria e da diversão que Pina tinha ao ver o que as suas crónicas causavam no dia seguinte à sua publicação, o que as pessoas comentavam nos blog´s, etc.”, referindo-se a ele como uma “eterna criança”.
João Luís, poeta e amigo, falou da amizade que criou com o escritor, dizendo que “era muito fácil ser amigo do António Pina; ele era uma pessoa fácil de se gostar”, recordando que se aproximou de Pina depois de “ele referir um dos meus livros nas suas crónicas”. Lembrou ainda que a primeira vez que leu Manuel António Pina, ficou “fascinado”, e teve “o privilégio” de quatro dos seus livros terem sido apresentados por ele.
O poeta falou de uma faceta de Pina, que “quando gostava de alguma poesia era extraordinariamente generoso nos adjetivos”, referindo ainda que “se Pessoa estivesse vivo identificar-se-ia com Pina”.