A Olaria, por razões históricas, reflete-se mais na parte nordeste do concelho de Barcelos, em especial nas freguesias de Manhente, Galegos S. Martinho, Galegos Sta. Maria, Oliveira, Roriz, Lama, Ucha e Areias S. Vicente, terras ricas em água e barro, que desde muito cedo despertaram a cobiça do homem. Alguns historiadores atribuem a instalação da citânia Roriz/Oliveira a esta riqueza do solo. A arte em torno do barro modelou em termos sociais, culturais e económicos todo este território que se estende até ao atual concelho de Vila Verde. Por outro lado, a ligação da atividade olárica e cerâmica à tradicional e antiga feira semanal (quinta-feira), da qual não pode ser dissociada, engrandece ainda mais a importância histórica e cultural desta arte. É este contexto que forma o “berço” da identidade barrista destas gentes e que este guia quer dar a conhecer. Para o efeito, sugerimos que vá de encontro às oficinas tradicionais onde o trabalho na roda e os fornos a lenha ainda marcam o processo de produção. “Meta” as mãos no barro e veja como se modelam os púcaros, os cântaros, os potes, as caçoilas, as moringas, as sopeiras, as canecas, as chocolateiras, os pratos, as tigelas, os alguidares, as assadeiras, as ânforas, as bilhas, entre outras peças que se notabilizaram sob o nome “Louças de Barcelos”.
É atualmente uma produção certificada que se tem reinventado nas formas e conceitos, face ao aparecimento de novos materiais e utensílios, mas mantendo a sua autenticidade como arte identitária do concelho de Barcelos. Para concluir esta viagem pela olaria Barcelense não deixe de visitar o Museu de Olaria, que é um repositório vivo da memória olárica do concelho, um espaço único onde se vivenciam experiências de vida ligadas ao barro e se projeta o futuro desta arte.
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