Rosa Faria da Rocha, vulgo Rosa “Côta”, nasceu, em Galegos Sta. Maria, no lugar de Sto. Amaro, a 24 de Maio de 1901. Filha de barristas genuínos, Domingos “Côto” e Emília Faria da Rocha, cedo se deixou seduzir pelos encantos do barro.
O apelido “Côta” herdou-o do seu pai quando este comprou uma casa a uma “mulherzinha côta de um dedo”. Ficou, desde aí, conhecida pela casa dos “Côtos”. Este apelido permaneceu ao longo das gerações e é, atualmente, um dos nomes consagrados da arte popular desta região.
Juntamente com os sete irmãos, cresceu rodeada de barro frio e molhado, aquele que foi o sustento de toda a família, companheiro dos bons e dos maus momentos. Aos 14 anos, depois da morte da sua mãe, passou a ser responsável pelas tarefas da casa e pela educação dos irmãos.
Casou aos 20 anos com Eduardo Fernandes de Sousa (Percina), também ceramista de nome conceituado, com quem teve oito filhos. Eduardo ajudava-a no fabrico de algumas peças. Fazia os “cabaços”, termo popularmente usado e que designa o conjunto do tronco e membros inferiores das bonecas, na roda de oleiro que, posteriormente, Rosa perfazia e enfeitava à medida que a sua fértil imaginação brotava inspiração para as suas mãos.
O seu figurado começou por ser simples, inspirado em quadros usuais do quotidiano. Contudo, foram peças marcadas pela excentricidade, como “gigantones” e “taralhotos” que a prestigiaram. Rapidamente alcançou o reconhecimento público.
Do seu currículo destacam-se as várias distinções que alcançou em feiras de Artesanato por todo o país.
Rosa “Côta” faleceu, com 81 anos, no dia 30 de Janeiro de 1983, deixando para a posteridade um património artístico memorável, entre os entusiastas do artesanato, e um legado importante para o simbolismo e mística da arte popular barcelense.