A iniciativa foi promovida pela Câmara Municipal e foi aberta pelo vice-presidente do Município. Domingos Pereira disse que “a autarquia tem a preocupação de encontrar soluções para a crise em que vivemos”. O atual executivo elaborou o documento estratégico Barcelos 2020 para o concelho e tendo a área agrícola um papel fundamental no nosso país, “é também uma aposta que queremos fazer, incentivando a população na criação do seu próprio negócio, na área da agricultura”. Domingos Pereira mencionou ainda que o intuito da conferência era “informar e esclarecer as dúvidas no que diz respeito à produção de pequenos frutos”.
Na mesa de oradores estiveram representados várias áreas do setor agrícola. Bernardo Madeira, diretor da Agrotec, uma revista técnico científico sobre a agricultura, abordou a cultura dos pequenos frutos, dividindo-os em vários grupos, como bagas, drupas ou polidrupes. Bernardo Madeira falou também da forma de colheita dos frutos, explicando que, “apesar da mecanização das colheitas dos pequenos frutos ter evoluído, a parte que é destinada ao mercado de fruta fresca exige uma colheita manual e cuidada, pela qual o preço é e será sempre mais elevado”.
Quanto à plantação, produção e comercialização dos pequenos frutos, Ayrton Cerqueira, diretor da empresa Delícias do Tojal, deu vários exemplos, mostrando os casos do mirtilo, framboesa e amora, mostrando para cada caso como plantar, como cultivar e como fazer a colheita. A referência à organização do hectare foi sempre salientada, para uma melhor colheita e também para o crescimento da produção.
Margarida Mota, representante da Hubel Verde, mostrou a vertente parceira do produtor, mostrando como montar uma estufa, tendo em atenção todos os pontos para a produção, como a fertilização, o adubamento, a rega, entre outros pormenores.
Com as novas tecnologias e as energias renováveis a chegar também à agricultura, Ana João Martins mostrou várias possibilidades de aplicações para a agricultura, afirmando que “são uma mais-valia, porque as energias renováveis são fontes naturais que não se esgotam, o que pode aumentar a diversidade, diminuir os custos e aumentar o lucro”. A diretora da empresa Energia em Conserva, referiu também a “importância do isolamento dos armazéns de armazenamento de frutos para se evitar perdas de calor ou de arrefecimento”.
A última intervenção ficou a cargo de Lurdes Gonçalves, que falou dos incentivos que podem ser dados à agricultura. A diretora da ContaMais referiu como prioridades a modernização e capacitação das empresas, os investimentos de pequenas dimensões, que podem ser atribuídos a pessoas singulares ou coletivas, e ainda a instalação de jovens agricultores. Lurdes Gonçalves mostrou vários exemplos de cultivo, do seu custo e do aproveitamento, como o mirtilo, referindo que “há alterações de caso para caso”.
A sessão terminou depois de algumas questões colocadas pelo público aos oradores, desde custos de hidroponia (sistemas de plantação) sistemas de regas, ou de estufas, e também questões relativas às melhores localidades para produzir.