São feitos de barro e de ferro, também são de bordados e de pinhas, e até de espinhas de bacalhau, os mais de cem presépios patentes na Torre Medieval e no Posto de Turismo, na exposição “O Presépio, Uma Tradição, Várias Interpretações”. A mostra/venda abriu hoje ao público (24 de novembro) e é composta por trabalhos de mais de 30 artesãos do concelho e evidencia a riqueza do artesanato concelhio e a preponderância da temática do presépio no imaginário religioso local.
O presépio é uma das peças mais simbólicas do Figurado de Barcelos. É, também, uma das mais procuradas, não só pela variedade e tipologia de representações, mas como testemunho de uma realidade sociocultural muito influenciada pelos valores cristãos, de que o Natal é uma das maiores expressões.
O presépio (e as figuras que o compõem) é um dos principais motivos dos trabalhos dos barristas e surge no contexto de expressão de vivências quotidianas arreigadas, simbolizando a harmonia universal e a perfeição humana, na esteira da tradição franciscana da representação do nascimento de Jesus.
O Figurado barcelense começou a ganhar dimensão a partir da década de 60 do século XX. Artesãos como Rosa Ramalho, Rosa Côta, Mistério, Ana Baraça, entre outros, notabilizaram esta produção no contexto da arte popular, abrindo-lhe novos caminhos. O Figurado deixou, então, de ser uma arte só de bonecos sortidos e apitos, para ganhar um novo lugar, retratando a vida quotidiana – o trabalho, a vida familiar, a religião, as lendas e as tradições.
A exposição “O Presépio, Uma Tradição, Várias Interpretações” está na Torre Medieval e no Posto de Turismo, até 7 de janeiro de 2024.