Luís Macedo, Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal do Cávado, apresento o primeiro tema (A biomassa como recurso energético), referindo que “o mercado da biomassa florestal tem vindo a desenvolver-se bastante nos últimos anos na Europa. Portugal tem de refletir mais sobre este assunto, porque um terço do território nacional é floresta, e apesar de ter havido um desenvolvimento considerável através da sua indústria florestal, apenas nos últimos anos secomeçaram a encarar as oportunidades que este recurso pode oferecer”.
Carla Carneiro, do Instituto Superior de Agronomia, referiu que a biomassa representa “uma fonte de energia que pode derivar dos produtos e dos subprodutos da floresta, dos resíduos da indústria da madeira, dos resíduos de culturas agrícolas, dos efluentes domésticos, de instalações agropecuárias e de indústrias agro-alimentares, das culturas energéticas e dos resíduos sólidos urbanos”. Segundo esta especialista, o consumo proveniente destas energias “chegou aos 14 por cento, aumentando assim a qualidade ambiental, a segurança energética e o desenvolvimento rural”. Na sua intervenção explicou ainda as várias fases para a criação da biomassa, como a sua origem, a exploração, a logística e as técnicas de conversão da matéria. Carla Carneiro concluiu frisando “a necessidade de implantação de povoamentos florestais dedicados à produção de biomassa para poder alimentar as centrais, porque os donos das florestas não vão fazer a limpeza dos seus terrenos se não tiverem um projeto para o terreno ou se não tiverem vantagens em limpá-las”.
Para abordar casos reais de sucesso, Daniel Vega, professor da Universidade de Vigo, falou das caldeiras de geração de calor, dando exemplos de Pontevedra e Ourense.
A encerrar o seminário, José Manuel Fernandes, eurodeputado, em mensagem dirigida em vídeo, lembrou que o objetivo da União Europeia ao nível da ação climática é reduzir até 20 por cento os gases com efeito de estufa, até 2020.
O eurodeputado abordou a situação nacional, afirmando que “Portugal pretende reduzir as emissões em um por cento e há ainda o propósito de aumentar para 20 por cento a quota-parte das energias renováveis no consumo final de energia”.
No final do seminário houve ainda um debate, com a intervenção de alguns participantes, que colocaram questões aos oradores.