A produção de louças de barro – olaria e figurado – contribuiu ao longo dos tempos para a subsistência de milhares de famílias cujos membros se preparavam desde crianças para um trabalho duro e esgotante, que os acompanharia ao longo da vida.
Estas tarefas foram preponderantes para a constituição de um modo de vida coletivo e para a criação de uma identidade social e cultural, que tem modelado o destino de gerações. Ao apresentar a exposição “Representações do mundo rural no figurado”, o Museu de Olaria entra no mundo da arte e do ofício, desce às crateras de onde se extrai o barro e traz à superfície a obra inspirada pelo trabalho na agricultura.
Dessa simbiose resultaram produções barristas, umas mais simbólicas, outras realistas, que interpretam e retratam o quotidiano da população rural.São essas experiências de artesãos portugueses, do Brasil e de Cabo Verde, (re)interpretadas e transformadas em obras de artesanato olárico que se mostram nestas “Representações do mundo rural no figurado”.No caso particular de Barcelos, o poder económico provinha de dois vectores: o da lavoura e o da olaria, pelo que era muito comum, oleiros e oleiras para lá do trabalho do barro, trabalharem a dias na lavoura (Isabel Fernandes, 2005).