A organização das Jornadas Ibéricas “Património e Desenvolvimento Local”, da responsabilidade do Município de Barcelos e da ATAHCA – Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave, faz, assim, um balanço muito positivo deste encontro.
Durante os dias 31 de maio e 1 de junho, Barcelos foi a capital do Património e Desenvolvimento Local. As Jornadas Ibéricas que decorreram no Convento de Vilar de Frades e no Auditório da autarquia barcelense, tiveram como objetivo principal juntar especialistas portugueses e espanhóis para discutir a ligação direta da preservação do património cultural e arquitetónico, como fator de desenvolvimento económico local e regional.
No primeiro dia das Jornadas, dia 31, os participantes tiveram oportunidade de visitar o recuperado convento de Vilar de Frades, em Barcelos, que se tornou já um dos polos de atração turística do concelho, de forma a comprovar, in loco, as vantagens de apostar na preservação e reabilitação do património local. Neste encontro, Joaquim Vinhas, Historiador de Arte, apresentou o seu trabalho: “A Igreja e o Convento de Vilar de Frades na rota do património peninsular” e mostrou como a reabilitação de um espaço degradado pode ser vantajoso para a reabilitação do próprio meio envolvente.
Já no dia 1 de junho, cujo encontro decorreu no Auditório da Câmara Municipal de Barcelos, foram Miguel Costa Gomes, presidente do município barcelense e o presidente da ATAHCA, José António da Mota Alves que tiveram honras de abertura da sessão.
A sessão de sábado, dividida em três painéis, concentrou as atenções na análise de diferentes casos de reabilitação do património, em Portugal e Espanha. O primeiro painel, “Atores da Dinamização Cultural da Economia Local”, juntou o arquiteto João Abreu de Lima, que abordou a reabilitação do Casco Histórico de Ponte de Lima; Maria José Figueiredo, presidente da Associação Cultural de Monte de Fralães, que abordou o caso da própria associação; Piers Gallier, representante da Quinta do Convento de Franqueira, que desenvolveu o tema “Turismo Rural e a Economia Local” e Rosário Machado, diretora da Rota do Românico do Vale do Sousa, que apresentou o património como instrumento de coesão territorial.
O “Património à Escala Regional e Desenvolvimento Local” foi o tema do segundo painel de debate, no qual participou Maria Covadonga Carreno Gascon, arqueóloga municipal do Concelho de Lugo e que trouxe a Barcelos o exemplo do país vizinho com “A valorização do património arqueológico em Lugo”. Após o exemplo da reabilitação “física” do património, Vitor Marques, mestre em Turismo, apresentou um estudo sobre a evolução do Turismo em Guimarães, do Património Mundial aos grandes eventos.
No terceiro e último painel, “Intervenção no Património e Desenvolvimento”, o destaque foi para a intervenção do professor da Universidade de Santiago de Compostela, António Rodriguez Colmenero, sobre o Acampamento romano de Arquis Querquennis e o centro de interpretação de Vianova como um exemplo bem sucedido de revalorização do património arqueológico rural. A sessão de encerramento contou com a presença de Paula Silva, diretora Regional da Cultura do Norte.