“O artesanato é um elemento identitário da nossa cultura e uma âncora para o desenvolvimento sustentável dos territórios.” A afirmação é do Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Mário Constantino Lopes, que encerrou esta sexta-feira a conferência “Regulamento Europeu das Indicações Geográficas – Proteção e Valorização das Produções Artesanais Tradicionais”, alertando para a importância de proteger e valorizar a criatividade associada aos produtos tradicionais.
O evento, promovido pelo Município de Barcelos em parceria com a ACERTIFICA – Organismo de Certificação, decorreu no Auditório Eng.º António Tavares, no Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), e teve como objetivo esclarecer o novo quadro legal europeu que entra em vigor em dezembro e que visa reforçar a proteção das Indicações Geográficas (IG) para produtos artesanais e industriais, tal como já acontece no setor agrícola e alimentar.
A sessão de abertura contou com intervenções de Nuno Rodrigues (Município de Barcelos), Margarida Matias (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e Domingos Lopes (IEFP), marcando o arranque de uma jornada de debate e esclarecimento sobre os desafios e oportunidades do novo regulamento.
Uma mesa-redonda moderada por Teresa Costa, da ACERTIFICA, centrou-se no impacto da proteção europeia das IG’s nos produtos artesanais tradicionais certificados. Participaram representantes de vários municípios com produções certificadas: Sandra Almeida (Gondomar) e Ricardo Alves (Póvoa de Lanhoso), com destaque para a filigrana portuguesa; Hugo Guerreiro (Estremoz), que falou sobre o Boneco de Estremoz; e Elisa Braga (Barcelos), que abordou o Figurado, a Olaria e o Bordado de Crivo de São Miguel da Carreira.
João Negrão, Diretor da EUIPO – Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, também marcou presença, destacando o papel da instituição nos futuros registos europeus das Indicações Geográficas.
No encerramento, Mário Constantino Lopes destacou que “Barcelos tem a felicidade de ter três certificações geográficas”, sublinhando o percurso desenvolvido na valorização e promoção do artesanato local. “Criar valor a partir do que nos distingue é uma forma de promover desenvolvimento económico com identidade”, afirmou, defendendo a necessidade de “dar segurança à criatividade” como forma de garantir o futuro do setor artesanal.