Seiscentos e doze membros da Assembleia Municipal, quatrocentos e catorze Presidentes de Junta, setenta e oito Vereadores, oito Presidentes de Assembleia Municipal e seis Presidentes de Câmara foram ontem homenageados no decorrer da cerimónia de celebração dos 96 anos de Elevação de Barcelos à categoria de Cidade. Na iniciativa, que decorreu no Estádio Cidade de Barcelos e que contou com a presença da maioria dos homenageados e seus familiares, o Município barcelense agraciou todos aqueles autarcas com uma Medalha Comemorativa dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril, como forma de reconhecimento pelo trabalho efetuado em prole da causa pública. “A Câmara Municipal, o nosso concelho, o nosso Município, todos juntos prestamos homenagem às personalidades barcelenses que, ao longo deste percurso de meio século, corporizaram um dos maiores pilares da democracia portuguesa – o Poder Local”, sublinhou o Presidente Mário Constantino Lopes, no seu discurso do Dia da Cidade. “Saúdo de uma forma muito fraterna e calorosa, todos os nossos autarcas – Presidentes de Junta, membros da Assembleia Municipal, Vereadores, Presidentes da Assembleia Municipal e Presidentes de Câmara – individualidades que estamos a homenagear pela dedicação e trabalho em benefício do desenvolvimento do nosso concelho”, vincou o edil barcelense.
A cerimónia de homenagem aos autarcas do concelho de Barcelos resultou da junção de duas iniciativas – a celebração do Dia da Cidade e a Comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, esta última que o Município tem vindo a assinalar ao longo de todo ano. Nesse sentido, a Câmara Municipal e a Comissão Executiva das Comemorações entenderam que este seria o momento ideal para realizar uma homenagem aos autarcas, celebrando assim o Poder Local concelhio. Fazendo um enquadramento social e histórico do que era a realidade do país e do concelho nas décadas que antecederam a Revolução dos Cravos, o Presidente da Câmara destacou que a institucionalização do Poder Local e a realização das primeiras eleições autárquicas realizadas em 1976 abriram uma nova era no nosso País. “Barcelos é fruto do trabalho de todos os autarcas: Presidentes de Junta e seus pares, Presidentes de Câmara e Vereadores, Presidentes de Assembleia Municipal e seus restantes membros, todos, de diferentes partidos e ideologias, mas todos sem exceção, meteram mãos à obra e foram construindo o Concelho onde agora vivemos”, vincou Mário Constantino Lopes, que aproveitou para enumerar algumas das áreas onde mais se avançou no último meio século. “Cada elemento da Junta de Freguesia, cada Vereador municipal, cada Presidente da Câmara fez o melhor que soube e podia, tendo em conta os meios de que dispunha. Cada um, com a sua visão, com a sua personalidade, todos, tenho essa convicção, trabalharam pelo melhor das suas terras, das suas populações, do nosso grande concelho. Por tudo isto, pelo que de si deram a Barcelos, muito lhes estamos gratos. E por tudo isto e muito mais, é com muita honra e orgulho que estamos a promover esta iniciativa, que decidimos realizar esta homenagem”, disse.
Presidente da Câmara destacou políticas de desenvolvimento do seu mandato.
Na segunda parte do seu discurso do Dia da Cidade, Mário Constantino Lopes aproveitou para destacar alguns dos aspetos mais relevantes dos seus primeiros três anos de mandato. O autarca reiterou a importância das políticas municipais potenciadoras do progresso, nomeadamente “nos setores da coesão territorial, dinamização económica, e promoção da igualdade e combate à exclusão”. Afirmando que sonha e quer “construir um concelho mais coeso; um concelho mais integrador; um concelho mais desenvolvido, um concelho com mais oportunidades para todos os barcelenses”, Mário Constantino Lopes reiterou que esse tem sido o “foco” do seu Executivo, “por que essa é a nossa obrigação”. Elencando algum do trabalho já efetuado, o Presidente sublinhou a melhoria das acessibilidades, destacando o Programa Novos Caminhos que já financiou em mais de 10 milhões de euros a pavimentação de vias em terra batida. Destacou também a obra que está no terreno – Fecho da Circular Urbana, Nó de Santa Eugénia/Gamil – o maior investimento camarário de que há memória na rede viária: 9 milhões de euros, empreitada que se prevê ficar concluída daqui a um ano. Ainda no setor da mobilidade, o edil salientou o reforço dos transportes públicos TUBA que só na área urbana passaram de 173 mil passageiros em 2020, para quase meio milhão, em 2023. Na Educação perspetivam-se grandes realizações, nomeadamente a requalificação e ampliação da Escola Secundária de Barcelinhos, com financiamento já assegurado pelo PRR. Além desta obra, prevê-se que a médio prazo sejam feitas intervenções na Escola Gonçalo Nunes, Escola Vale D’Este, em Viatodos, e na Escola Vale do Tamel, em Lijó. Entretanto, estão a decorrer obras de adaptação de edifícios para novas creches, na Várzea e em Fonte Coberta, e há candidaturas para a criação de mais duas creches em Arcozelo e Macieira. O mesmo vai suceder nos equipamentos de Saúde. O Presidente lembrou que “a Câmara Municipal já garantiu financiamento de fundos comunitários do Plano de Recuperação e Resiliência – PRR, no valor global de cerca de 9 milhões de euros, os quais vão permitir a requalificação de cinco Centros de Saúde e a construção de uma nova unidade, um novo Centro de Cuidados de Saúde”. Outros dos aspetos que Constantino fez questão de salientar é o trabalho de combate à exclusão e os apoios sociais que o Município tem vindo a prestar às pessoas com mais vulnerabilidade sócio económica, dando o exemplo do apoio ao pagamento à renda de casa que só em junho ajudou 289 agregados familiares e em 2023 concedeu apoios no montante de mais de meio milhão de euros. A terminar, o Presidente da Câmara destacou o trabalho realizado na Cultura, referindo concretamente à ascensão da “Arte de Bordar o Crivo em São Miguel da Carreira” à categoria de património nacional, e o destaque do itinerário entre o Largo do Tanque em Barcelinhos e o Largo do Bem Feito em Barcelos, que faz parte do Caminho Português de Santiago Central – Porto e Norte, que também mereceu o reconhecimento de “elevado valor patrimonial”. No que respeita ao Ambiente, Mário Constantino Lopes assegurou estar “a cumprir o compromisso de devolver o rio aos barcelenses, aludindo às obras que estão em curso: a ecovia na margem esquerda do Cávado e os Passadiços na margem direita, equipamentos que vão permitir uma melhor fruição do rio. O Presidente adiantou ainda que já está em processo de adjudicação a elaboração dos projetos de execução dos Parques Fluviais das frentes ribeirinhas urbanas, equipamentos essenciais para potenciar e melhorar a relação das pessoas com a natureza.
Presidente da Assembleia Municipal exaltou o simbolismo da homenagem
O encerramento da sessão coube ao Presidente da Assembleia Municipal, Fernando Santos Pereira, que destacou a importância, relevância e simbolismo da homenagem aos autarcas. “Vivemos hoje o maior exercício de memória e reconhecimento que alguma vez se registou em Barcelos”, afirmou. Antes, o Presidente da maior Assembleia do país já tinha feito um percurso retrospetivo relativo ao estado do Concelho e às deploráveis condições de vida que existiam na época pré 25 de Abril. Historiando depois as primeiras eleições autárquicas livres realizadas em Barcelos, Fernando Santos Pereira realçou o papel dos primeiros autarcas eleitos, pioneiros do poder local em Barcelos e percursores do desenvolvimento do Concelho para o qual todos os demais autarcas têm vindo a contribuir. No encerramento da sessão foi cantada a “Portuguesa”, com o Estádio Cidade de Barcelos iluminado com as cores da bandeira nacional.