A exposição “Mundos”, de Nadir Afonso, apresenta a perspetiva do artista sobre as grandes metrópoles que caracterizam a sociedade do séc. XXI, o homem contemporâneo e as cidades. A presente exposição é composta por obras que retratam cidades reais ou inventadas, “expressão da genialidade de Nadir Afonso”, representadas por um conjunto de trabalhos que dão a conhecer a metodologia do artista, mostrando estádios de desenvolvimento da obra: guaches e telas. A cidade constitui um meio privilegiado de observação da geometria e torna-se um pretexto de expressão prática, por excelência, das formas geométricas: a configuração dos edifícios, torres, janelas, telhados e os traçados das ruas que serviram de motivo para a criação da obra de arte em Nadir Afonso. As cidades de Nadir Afonso são constituídas por arquiteturas de linhas e formas que, no conjunto, se modelam em volumes num equilíbrio estável; os fundos brancos imperam, as linhas que compõem os edifícios surgem numa simbiose de forma e cor. Destacam-se quer pela singularidade quer pela vanguarda, assim como pela inovação na forma: «telas para o futuro, porque talvez melhor compreendidas nos tempos vindouros que no presente.» As formas de cores variadas criam uma geografia aparente, plena de metamorfoses, em que a forma geométrica perfeita é desfigurada e mutilada. Os traçados geométricos concentrados evocam pontes, jardins, catedrais, construções que contrastam com os horizontes e as águas, onde as formas rareiam, como que absorvidas pela imensidão dos céus ou dos oceanos e de variação cromática. O pintor constrói, sugere, e a sugestão da cidade ora a partir da simplicidade geométrica, ora de elementos progressivamente mais complexos. A exposição está patente até 17 de setembro, podendo ser vista de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h00 às 18h00. Sobre o autor NADIR AFONSO (Chaves, 04/12/1920 | Cascais, 11/12/2013) diplomou-se em Arquitetura na Escola de Belas-Artes do Porto. Colaborou com Le Corbusier e com Óscar Niemeyer. Expôs no Salon des Réalités Nouvelles e realizou mais de uma centena de exposições, entre as quais se destacam: Galeria Denise René; Maison des Beaux-Arts; Bienal de São Paulo, 1961 e 1969; Fundação Calouste Gulbenkian, 1970; Centre Culturel Portugais, Paris, em 1970 e 1979; Museu Nacional de Soares dos Reis; Museu do Chiado e Museu da Presidência da República, em 2012. Exposição no Museu Carlo Bilotti/Villa Borghese, Roma, e no Palazzo Loredan, em Veneza, 2012. Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e Prémio Nacional de Pintura. Condecorado pelo Presidente da República como Ofcial e Grande-Ofcial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Jorge Campos realiza os flmes Nadir e Nadir Afonso: O Tempo não Existe. Bernardo Pinto de Almeida realizou o flme Nadir Afonso, o Arquiteto José Paulo Santos produziu e realizou 1965 Panreal, um projeto de Nadir Afonso. Doutor Honoris Causa pela Universidade Lusíada e pela Universidade do Porto. Em sua homenagem, a transportadora aérea nacional – TAP – deu o seu nome a um dos seus airbus. Os CTT editaram vários selos com obras de Nadir Afonso e também pinturas suas foram transpostas para azulejo como na Estação dos Restauradores de Metropolitano de Lisboa, Estação ferroviária de Coina, Túnel de acesso à praia em Cascais e na Câmara Municipal de Boticas. Em 2013, foi inaugurado o Centro de Artes Nadir Afonso, em Boticas, da autoria de Louise Braverman, a cujo projeto foi atribuído o International Architecture Awards 2009. Em 2016, abriu ao público o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, em Chaves, da autoria de Álvaro Siza. Bibliografa ativa: La Sensibilité Plastique; Les Mécanismes de la Création Artistique; Le Sens de L’ Art; O Universo e o Pensamento; Sobre a Vida e Sobre a Obra de Van Gogh; Da Intuição Artística ao Raciocínio Estético; As Artes: Erradas Crenças e Falsas Críticas; Nadir Face a Face. Esta representado no Centre George Pompidou; CitiBank; JP Morgan Chase; Fundação Calouste Gulbenkian; Fundação MilleniumBcp; Berardo; CGD; Museu de Arte Moderna de S. Paulo; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu do Chiado; Museu Soares dos Reis; Museum Im Kulturspeicher; Szépmuvészeti Múzeum. |