“A pintura de retrato pretende conservar a memória da pessoa amada ou admirada (…). O artista tenta restituir à imagem visível, o invisível de uma personalidade, num complexo conjunto de registos como a força de um olhar”. Estas são palavras de Do Carmo Viera, a autora que traz a Barcelos a sua “Alma Portuguesa”, uma exposição de pintura que apresenta 59 obras da sua rica e diversificada produção artística.
No catálogo preparado para esta exposição, que abre, sábado, dia 2 de julho, pelas 17h00, na Galeria Municipal de Arte, na Praceta Francisco Sá Carneiro, Do Carmo Vieira escreve que na pintura de retrato “cria-se na tela a tridimensionalidade da fisionomia humana preservando de si algo mais que um nome, ou uma identidade”. Foi isso que a pintora tentou transmitir, ao retratar figuras tão importantes da cultura portuguesa como Sophia de Mello Breyner Andresen, José Saramago, e Agustina Bessa-Luís.
São, diz a artista, “rostos que nos contam histórias. Rostos com marcas da vida, numa trilogia indelével “velhice”, “dignidade” e “beleza””; mas rostos que “são também memórias. Memórias como prolongamento da vida. De uma existência. De uma obra. Símbolos culturais que contribuíram para o enriquecimento da cultura e do pensamento, que revelam a sua amplitude universal”. Assim, conclui a pintora: “presto homenagem a estes Autores Portugueses e a muitos outros…a um povo com alma…Com Alma Portuguesa!”
A exposição pode ser visitadas de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30 e sábados, domingos e feriados, das 14h00 às 18h00.
Nota biográfica
Do Carmo Vieira (1956), natural de Vila Pouca de Aguiar, vive em Gondomar. É licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde frequentou o Mestrado em Pintura. A pintura é a forma de expressão da sua arte, tendo como tema principal a condição humana. Tem abordado outras técnicas como a gravura e livros de artista.
Está representada nos seguintes espaços:
Palácio dos Correios (átrio Escultor José Rodrigues), no Porto; Espaço Miguel Torga, em S. Martinho de Anta; Museu Municipal de Espinho; Biblioteca Municipal de Espinho; “Encontrarte” Amares; Fundação Manuel António da Mota, no Porto; Tribunal da Relação do Porto; e coleções particulares.
Tem participado em diversas exposições individuais e coletivas.
Principais exposições individuais:
2021 – “Com Alma Portuguesa”, TINTURARIA GALERIA DE EXPOSIÇÕES, Covilhã; “Retratos de Autores Portugueses”, Festival Literário da Lourinhã; “Arte Lusófona” no âmbito das comemorações do dia 5 de maio – Dia Mundial da Língua Portuguesa e Cultura na CPLP.
2019 – “Olhares Sem Tempo”, AMI Arte, Porto; “Memórias”, Espaço Tenente Valadim, Porto; “Retratos de Autores Portugueses”, Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha; “Desempacotar a Cultura”, 3.ª Bienal Internacional de Arte Gaia 2019; “Retratos de Autores Portugueses”, Biblioteca Municipal de Lousada.
2018 – “Retratos de Autores Portugueses”, Biblioteca Municipal de Ovar.
2017 – “Memórias” Espaço Miguel Torga, São Martinho de Anta (artigo publicado no Expresso online sobre a exposição https://expresso.pt/cultura/2017-01-07-Ageografia-das-almas); “Silêncios”, Casa Branca de Gramido, Gondomar.