Não se percebendo as verdadeiras intenções dos consecutivos “ataques” de determinada imprensa, no caso particular do jornal Barcelos Popular, à rápida resposta que o Executivo Municipal deu, aquando da extrema necessidade de (re)ativar um Centro de Vacinação em Barcelos (isto depois de o concelho ter ficado privado desse serviço e os nossos munícipes terem de recorrer a Esposende), a verdade é que, pela terceira vez consecutiva, o referido jornal insiste na construção de uma narrativa que não corresponde à realidade; antes a desvirtua, com a agravante de, desta vez, ter alterado a verdade.
Assim, não pode a Câmara Municipal por mim presidida, deixar de fazer este esclarecimento público, em nome da verdade, do rigor e da transparência, princípios dos quais não abdicamos.
1 – Mais uma vez se reitera que o Centro de Vacinação a funcionar nas instalações da Santa Casa da Misericórdia foi validado pelos responsáveis do ACES Cávado III, que é a única entidade que tem força legal para o fazer;
2 – De resto, se a entidade que superintende a prestação de cuidados de Saúde Pública e, neste caso concreto, o processo de vacinação não tivesse concordado e validado esse espaço, como é evidente, o mesmo nunca seria ativado ali;
3 – Ao contrário das previsões catastrofistas anunciadas em parangonas jornalísticas, verifica-se que não existe nem nunca existiu caos no trânsito nem no estacionamento, bem pelo contrário, os lugares de estacionamento referenciados pelo município chegam e sobejam para o efeito;
4 – É verdade que, em determinados dias e horas, no início do processo, houve alguns constrangimentos na administração da vacina; mas isso só aconteceu ou acontece no regime de casa aberta, no qual os serviços de saúde não têm possibilidade de controlar o volume de utentes. Mas não tem essa possibilidade ali, como também não teriam noutro qualquer espaço; veja-se o caso dos demais centros de vacinação do país;
5 – Vendo que a narrativa do caos se ficou pelas linhas imprensas veio agora, na edição desta semana, o Barcelos Popular escrever: “Vacinação – Cave do infantário mais cara do que o pavilhão do La Salle”, voltando a reiterar no título, que o Centro não tem condições;
6 – Sobre o valor mensal pago pela Câmara, informa-se que o mesmo é de 2.500 euros mês; enquanto o do La Salle era de 3.000 euros mês; pelo que não se percebe como o jornalista consegue dizer que 2.500 euros é mais do que 3.000. O jornalista baseou-se num documento solicitado à Câmara, no qual são referidos 9.000 euros, não tendo percebido que esse valor dizia respeito a apenas três meses (os inicialmente previstos pelo plano nacional de vacinação). Todavia, como a DGS prolongou esse período por mais dois meses, o anterior executivo fez aprovar duas adendas ao acordo, pelo que, comprovadamente, o valor pago foi efetivamente 3000 euros mês;
7 – Sobre o facto de o Centro não possuir condições para o trabalho que ali está a ser feito, reafirma-se, à exaustão, o que se diz no ponto 1 – “o Centro de Vacinação a funcionar nas instalações da Santa Casa da Misericórdia foi validado pelos responsáveis do ACES Cávado III, que é a única entidade que tem força legal para o fazer”;
8 – E mais se informa que a Câmara Municipal, ainda na semana passada, reuniu com responsáveis do ACES, tendo estes reafirmado não quererem sair do local onde funciona o atual Centro; bem pelo contrário, referiram que a localização é Central e que está a ser dada resposta à procura dos utentes.
9 – Finalmente, tal como foi referido pela presidência da Câmara no discurso da tomada de posse: “Aceito como natural e até saudável que haja uma linha editorial bem definida e ideologicamente assumida, vejo com simpatia quem assume com elevação e coragem as suas opiniões e convicções. Compreendo e respeito a crítica séria, objetiva e sustentada”. Posto isto, que se reitera, não pode a Câmara Municipal deixar passar em claro que a construção de narrativas torture a verdade; tanto mais que uma narrativa por muito que seja repetida não altera a realidade dos factos.
Barcelos, 04-02-2022
O presidente da Câmara Municipal de Barcelos
Mário Constantino Lopes