Foi aprovada uma candidatura ao programa SUDOE (Interreg VB – Sudoe), que vai financiar o projeto do Ecomuseu do Vale do Neiva, em Barcelos, no âmbito da implementação de ações-piloto e estratégias de valorização do património cultural imaterial que promovam o desenvolvimento local sustentável e a coesão dos territórios periféricos do espaço do SUDOE.
Este programa incide numa área geográfica alargada, que inclui a França (chefe de fila do programa), a Espanha e Portugal, sendo Barcelos o único concelho do país a participar no consórcio de entidades parceiras deste programa.
No caso de Barcelos, o projeto de 110 mil euros, comparticipado em 75% pelo programa, consiste no lançamento das bases do Ecomuseu do Vale do Neiva e tem como objetivo combinar o desenvolvimento económico com a preservação do património cultural intangível.
O vale de qualquer rio é habitualmente um território marcado por identidades muito próximas, inter-influentes, que se estruturaram ao longo da história como um espaço vital, rico em património cultural. E quando o curso fluvial corre entre margens muito próximas, como é o caso no Rio Neiva, o seu vale adquire uma organização de interdependências muito fortes nas comunidades aí existentes. Tal facto imprime a todo o espaço uma identidade muito particular e as comunidades ribeirinhas adquirem a consciência de que pertencem a um legado histórico e patrimonial comum, rico em paisagem natural, histórias, tradições, lendas, saberes e ofícios.
É, assim, oportuno congregar os elementos materiais, tecnológicos e as vivências sociais e culturais do Vale do Neiva dentro de uma ‘paisagem cultural’ e um ‘território patrimonial’, dando-lhe corpo e voz através da criação de um Ecomuseu.
O projeto piloto integra duas fases: a primeira é o lançamento das bases do Ecomuseu, incluindo a criação de uma Comissão Instaladora, a inventariação do património material e imaterial do Vale do Neiva, a criação de suportes digitais (escritos e audiovisuais) sobre o património inventariado; a definição/criação de rotas turístico-culturais e a criação de um espaço virtual (web) do Ecomuseu. A segunda fase do projeto será caraterizada pela criação de um espaço físico para a sede do Ecomuseu.