O Município de Barcelos inaugurou no dia 16 de setembro, no Museu da Olaria, a obra “Batalha das Flores”, da artista Ana Almeida Pinto, no âmbito do programa de residências artísticas do projeto “AMAR O MINHO”, uma iniciativa promovida pelo consórcio MINHO IN, constituído pelas Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Ave e Cávado, e que está a percorrer 24 municípios da região.
A obra, instalada no espaço exterior do Museu da Olaria, é o resultado da residência artística que a Ana Almeida Pinto realizou durante o início de setembro no Museu e que colocou a escultora em contacto com artesãos locais, entre os quais o oleiro João Lourenço. O artesanato foi o ponto de partida desta criação e que usa a olaria e as suas tecnologias enquanto caraterísticas identitárias do território.
A Vereadora da Cultura, Armandina Saleiro, afirmou, no momento da inauguração, que “esta obra é uma verdadeira homenagem ao artesanato do nosso concelho”. “Através destas residências artísticas deixamos uma marca da importância que a olaria tem para Barcelos. Passar para a produção de peças mais contemporâneas traz um valor acrescentado a esta matéria-prima que é o barro. Isto acaba por fazer com que a comunidade olhe para os artesãos de uma outra forma, percebendo que podem rentabilizar as peças”.
Para a curadora da exposição, Helena Mendes Pereira, da Zet Gallery, as residências são oportunidades para divulgar as obras dos artistas. “Estamos a conseguir criar para os nossos artistas contextos de trabalho. Estamos a pôr os artistas no território, a trabalhar e a fazer aquilo que sabem fazer melhor, que são obras de arte e, no caso da Ana Almeida Pinto, foi uma experiência muito enriquecedora, na medida em que a Ana é uma escultora que se adapta muito bem a diferentes contextos e que trabalha com vários materiais”.
Para a escultora Ana Almeida Pinto a experiência de estar em Barcelos foi enriquecedora e uma mais-valia para o seu percurso profissional. Para a artista foi fácil escolher a obra que iria fazer, pois desde logo pensou numa peça que retratasse a “Batalha das Flores”, o que permitiu “trabalhar a questão do movimento que existe na Batalha das Flores e transpor esse movimento para a peça. Até porque retrata o movimento da olaria e depois porque queria trazer a singeleza das flores e por isso criei uma peça que brincasse com a noção de escala e que fosse dinâmica”.
As residências artísticas que, desde junho, estão a percorrer os municípios do Minho abrangem diversas áreas disciplinares, desde a dança à música, passando pela fotografia, arte pública, artesanato e literatura, numa perspetiva de homenagem artística aos elementos identitários de cada concelho e da região em geral.
O projeto das residências artísticas é uma iniciativa de promoção da cultura, dos artistas e do turismo sob a marca “AMAR O MINHO”, com o apoio do Norte 2020 e dos FEEI, que cria a maior rede de residências artísticas, numa estratégia concertada que se destina a reforçar a identidade cultural do Minho e, desta forma, dinamizar o território do ponto de vista artístico e turístico.