No início da sessão, o Provedor da SCMB, António Pedras, referiu-se à colaboração entre a instituição e a Câmara Municipal como “exemplar a todos os títulos”, reafirmando a intenção da Santa Casa de continuar esta colaboração, “a bem dos barcelenses”.
Lembrando que a SCMB é membro fundador da União das Misericórdias, António Pedras sublinhou o papel da instituição na sociedade barcelense ao longo de mais de cinco séculos e afirmou que “a Santa Casa está preparada para os desafios que tem pela frente”.
Referindo-se à “às mudanças legislativas que apontam para a ideia de que o Estado não pode fazer tudo” e, por isso, tem nas IPSS’s parceiros privilegiados, António Pedras afirmou que “este é um bom caminho” e que é necessário “cumpri-lo”. Deu como exemplo a mudança de paradigma das políticas sociais geriátricas, em face das exigências dos novos tempos.
Nesse sentido, mencionou, entre outras obras e realizações da SCMB, a Unidade de Cuidados Continuados com capacidade para 55 utentes e atualmente em construção, que deverá ser inaugurada entre os próximos meses de outubro e novembro.
Na sua intervenção, o Presidente da Câmara reconheceu “o papel importantíssimo que a Misericórdia tem exercido em Barcelos” e sublinhou a necessidade de restaurar o primado dos valores numa sociedade excessivamente materialista e pouco solidária, que assiste “à desmobilização dos valores familiares e morais”. Daí a importância da afirmação das funções sociais básicas do Estado, como a educação, a saúde e a ação social, que este deve continuar a assegurar.
“Gostaria mais que o Estado de Direito, que tem na sua Constituição valores fundamentais de defesa dos cidadãos, seja na saúde, educação e ação social, que não fosse substituído por qualquer instituição” nestes seus deveres e funções. “O Estado tem deveres e tem que os cumprir”, disse Miguel Costa Gomes. E acrescentou: “encaro as IPSS’s como parceiras do Estado” e não como entidades que substituem o Estado.
A sessão foi ainda marcada pela atribuição da classe de Irmão Honorário ao Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, bem como aos Irmãos António Luís Capela de Miranda, Jorge da Silva Fortuna de Carvalho e, a título póstumo, a António José de Sousa Costa e a António Vasco Machado Maciel Barreto Alves de Faria.