Trata-se de um conjunto de obras do autor nascido em Matosinhos, estruturadas segundo um conceito de “duas margens”, como refere António Mendanha. “De um lado a razão, cristalizada na elaboração de contornos cirurgicamente precisos para a definição da forma (…) Do outro lado, a sem-razão, mediada pelos sinais que remetem à transgressão da norma ou da lógica”.
O universo dual que caracteriza a obra de Alfredo Barros espelha-se também no estilo, onde o maneirismo e o academismo convivem com a cosmografia e a arte contemporâneas, como referiu Cunha Silva durante a inauguração da exposição, ocorrida no sábado, 25 de Junho. Segundo este especialista que tem vindo a acompanhar o percurso do pintor, a tensão racional / não-racional está sempre presente na obra de Alfredo Barros. De um lado, as linhas – verticais, horizontais – estruturantes do próprio quadro; do outro, elementos caóticos (esferas, estrelas), num universo “impecavelmente desordenado”. É assim, refere ainda Cunha e Silva, que esta exposição oferece “três tempos (passado, presente e futuro), três motivos, três leituras” convergentes.
Alfredo Barros nasceu em Matosinhos e é licenciado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde leccionou durante vários anos. É, actualmente, professor da Escola Superior de Artes e Design. Para além de docente e pintor, Alfredo Barros é também ilustrador e um cidadão activo na cidade onde nasceu – destacado dirigente associativo, animador cultura e vereador do Pelouro da Cultura.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Domingos Pereira, inaugurou oficialmente a exposição, reafirmando a aposta na cultura e na dinamização dos espaços culturais por parte do Município.
A exposição pode ser vista todos os dias das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00.