O Município de Barcelos tem sob a sua alçada 116 obras de arte, entre pontes, viadutos, túneis, passagens superiores, passagens inferiores e passagens hidráulicas. Estes números foram dados a conhecer hoje na apresentação pública do relatório final do “Projeto Reconhecer”, um estudo encomendado, em 2019, pelo Município barcelense e que envolveu a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Segundo o presidente da Câmara, Mário Constantino, “este é um importante trabalho para se ter a noção não só do número de obras de arte sob alçada do Município, como também permitirá no futuro um plano de vistoria e manutenção que evite deteriorações avançadas e até eventuais danos e tragédias”.
Para a apresentação deste relatório, deslocaram-se a Barcelos dois dos seus autores: Elói Figueiredo, Professor Catedrático na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; e Luís Oliveira Santos, Investigador Principal do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. É também autora deste estudo, Sandra Silva Pinto, Licenciada em Engenharia Civil, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Segundo estes investigadores, foram inventariadas todas as obras de arte da responsabilidade do Município, ao mesmo tempo que foram categorizadas todas as estruturas do ponto de vista técnico, através de uma metodologia que incluiu uma inspeção visual dessas mesmas obras, previamente assinaladas pelas Juntas de Freguesia. Desse trabalho, resultou um relatório final que contempla a localização e georreferenciação de cada uma das estruturas, bem como o resumo das suas principais características físicas e materiais.
Projeto Reconhecer
O projeto Reconhecer teve como principal objetivo inventariar as obras de arte (pontes, viadutos, túneis, passagens superiores, passagens inferiores e passagens hidráulicas) existentes no concelho de Barcelos, sob a responsabilidade da CMB, tendo em vista a definição de uma estratégia de acompanhamento da condição das obras de arte e facilitar a orçamentação da sua manutenção, posicionando o Município de Barcelos como uma das primeiras autarquias a implementar um plano de inventariação das obras de arte sob a sua responsabilidade direta e, assim, promover uma maior proteção permanente de vidas humanas.
Neste projeto, entendem-se como obras de arte todas as estruturas integradas em vias de comunicação que permitem o cruzamento desnivelado de estradas, caminhos de ferro, vales ou linhas de água com um vão superior a 2 m ou soma dos vãos superior a 5 m.
As 10 principais conclusões do “Estudo Reconhecer”
1. Cada obra de arte é identificada através de um código, considerando o tipo de obra de arte, a sua numeração dentro da freguesia em que foi registada e o número da respetiva freguesia por ordem alfabética.
2. As freguesias com maior número de obras de arte são Cossourado (8) Arcozelo (7) e Fragoso (7).
3. As obras de arte mais comuns são dos tipos pontão (54,4%, 63) e ponte (40,4%, 47), sendo os pontões maioritariamente em betão armado (82,3%) e a maioria das pontes em alvenaria de pedra (52,2%).
a) As obras de arte do tipo pontão são principalmente em betão armado com sistema de viga simplesmente apoiada (68,3%), em pórtico de betão armado (11,1%) ou em alvenaria de pedra com viga simplesmente apoiada (9,5%).
b) As obras do tipo ponte mais comuns são em alvenaria de pedra com viga simplesmente apoiada (23,4%), em alvenaria de pedra (19,1%) ou em betão armado com sistema do tipo viga contínua (17%).4. Quase metade das obras de arte (53) é constituída por um vão entre 2m e 5m.
5. Apenas sete (7) obras de arte têm vãos superiores a 20m.
6. A maioria (80) das obras de arte não tem pilares.
7. Os materiais estruturais mais utilizados nos encontros são a alvenaria de pedra (44,0%) e o betão armado (24,1%).
8. As faixas de rodagem das obras de arte têm pavimentos predominantemente betuminosos (53,3%), mas também há uma quantidade relevante em calçada (22,9%) e em betão (18,1%).
9. Observa-se que as juntas de dilatação mais comuns são as não aparentes (60,0%).
10. A grande maioria (95) das obras de arte tem guarda-corpos de ambos os lados.