Intitulada “A Casa de Bragança entre Douro e Minho (1442-1580)”, a exposição resulta de um protocolo estabelecido entre o Paço dos Duques de Bragança, de Guimarães, e os municípios de Barcelos, Cabeceiras de Basto e Montalegre, tendo como objectivo dar a conhecer as origens da Casa de Bragança e a sua implantação naquela região.
Em Barcelos, a acção da Casa de Bragança foi decisiva para a afirmação da vila e do condado. O principal autor foi D. Afonso, filho natural de D. João I e genro de D. Nuno Álvares Pereira. Este herói das guerras da independência entre 1383-1385 doou ao nobre que casou com sua filha D. Beatriz, entre outros, o condado de Barcelos.
A D. Afonso deve-se a cerca da vila (construída entre 1406 e 1420), que incluía três torres de porta: a da Ponte, a do Vale e a de Cimo de Vila (que ainda subsiste e é conhecida como Torre de Menagem). A construção do Paço Condal e a Torre da Ponte decorreu entre 1406 e 1415, para servir de residência aos condes e afirmar o poder da Casa de Bragança aos senhores do Termo de Barcelos.
A exposição evoca tudo isto e ostenta dois elementos muito conhecidos entre a população barcelense: os marcos com quinas e a letra “B” (Bragança). Com efeito, em Barcelos existe um vasto conjunto de marcos, uns apenas com o escudo (colocados até 1640) e outros coroados (a partir de 1640, assinalando a Casa de Bragança como Casa Real).
Presente na inauguração, que decorreu no dia 7 de Outubro, a vereadora do Pelouro da Cultura frisou o carácter pedagógico da exposição, adiantando que está a ser ponderada a possibilidade de fazer itinerância pelas escolas do concelho com reproduções desta exposição. Segundo Armandina Saleiro, “é importante que as novas gerações reconheçam que a terra onde vivem foi sempre uma referência importante na História de Portugal e que ainda hoje subsistem testemunhos dessa importância, como os marcos da Casa de Bragança espalhados pelas freguesias”.
A Adega Cooperativa de Barcelos associa-se a esta iniciativa, mostrando algumas garrafas do vinho que produz com o rótulo “Condes de Barcelos”, uma designação autorizada pela Casa de Bragança”.
A exposição abriu em simultâneo em Barcelos, Montalegre e no Paço dos Duques, em Guimarães. No dia 18 abre em Cabeceiras de Basto.