Brasão
Escudo de azul, ponte de ouro ameiada na guarda e formada por cinco arcos saintes de um contra-chefe ondado de prata e azul de cinco tiras, acompanhada à dextra por uma torre quadrada e torreada, de prata, aberta e frestada de vermelho e, à sinistra, por uma árvore de verde, sainte de uma arca de prata e uma ermida com sua torre sineira do mesmo, aberta de vermelho; a ponte encimada por três torres quadradas e cobertas, de ouro, iluminadas de vermelho e saintes de um terrado de ouro; em chefe, as armas da Casa de Bragança entre dois escudetes de prata, carregados cada um de cinco escudinhos de azul, em cruz, cada escudinho com cinco besantes de prata. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco, com a legenda a negro: “BARCELOS”.
Para a leitura do brasão, torna-se necessário identificar o nome das partes:
Chefe, a superior do meio; a descer, e à do meio, chama-se centro, à do fundo, ponta.
As divisões que ficam à nossa esquerda, direita do brasão, cantão dextero da frente, o de cima, flanco dextero, o do meio, cantão dextero da ponta, o do fundo.
Passando às do outro lado, à nossa direita que é a esquerda do brasão, teremos a mesma nomenclatura, substituindo o dextero por sinistro.
As cores (esmaltes – se forem de ouro ou prata são metais) do brasão costumam ser cinco, cada uma das quais com o seu significado próprio.
O campo do escudo das armas de Barcelos é azul, cor que corresponde ao ar e significa zelo, caridade e lealdade ao seu rei. Vejamos o exemplo do Alcaide de Faria.
Em ponta surge uma ponte com cinco arcos, com ameias na guarda, metalizada a ouro.
Sainte da ponte, vemos um ondeado a prata (cor com que se figura a água ) e a azul – cor do campo.
À dextera da ponte, está um castelo a prata, cor das construções – e, à sinistra, uma árvore de sua cor – sinople, verde – posta numa arca de prata, e uma ermida, em prata também.
Ao centro, três torres de ouro. No meio e em cima – em chefe portanto – está um escudete dos Duques de Bragança com uma cruz vermelha – goles – em aspa, sobre um campo de prata.
Nos cantos dextero e sinistro, em alinhamento com o escudete em chefe, há dois escudetes com as armas nacionais antigas, isto é, sobre campo de prata cinco besantes, representando as cinco chagas.
Em timbre, uma coroa Mural, formada por cinco torreões sobre um círculo, à maneira de cortinas de fortaleza, próprio das cidades. Seriam quatro para vilas e três para aldeias.
O significado dos hieróglifos das armas de Barcelos é o seguinte:
Água é o rio Cávado; ponte, é a ponte sobre o mesmo; castelo, é o paço dos condes duques; três torres, as três torres das muralhas antigas de Barcelos que eram, a Torre da Ponte, sobre a ponte medieval, a Torre do Vale ou da Esperança, em frente à rua da Esperança (ou Travessa do Apoio) e a Torre de Cimo de Vila ou da Porta Nova, a única existente.
A árvore significa o carvalho heráldico.
Segundo alguns autores, na mais antiga vista panorâmica de Barcelos, de Duarte d’Armas, séc.XVI, tal árvore não existe, mas aparece na pedra de armas do séc.XVI que se encontra no Museu Arqueológico.
Há quem defenda ainda que a árvore não é um carvalho, mas sim uma pereira, da família de D. Nuno Álvares Pereira, ou um pinheiro, da também ilustre família dos Pinheiros (do Solar dos Pinheiros).
A ermida é a de Nossa Senhora da Ponte.
Segundo alguns autores, estas armas foram concedidas por D. Afonso, 8º Conde de Barcelos e 1º Duque de Bragança. Segundo outros, são armas assumidas, isto é, criadas pela antiga gens barcelense para insígnia própria.
Bandeira
Gironada de oito peças de amarelo e vermelho. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo
Nos termos da lei, com a legenda: “Câmara Municipal de Barcelos”.
(De acordo com o parecer emitido, nos termos da Lei nº 53/91, de 7 de Agosto, pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, em 18 de Outubro de 1999, e publicado na 3ª Série do Diário da República nº 241, de 17 de Outubro de 2003.)