Barcelos, Cidade Criativa da UNESCO, recebe, de 7 a 10 de junho, a segunda edição do LÍNGUA – Festival Internacional de Teatro em Línguas Minoritárias. A programação do LÍNGUA abarca o teatro em línguas minoritárias, ameaçadas e transcende as suas fronteiras. O Festival abre-se ao teatro, amador, comunitário, popular, étnico, numa procura de teatros do mundo reais como são feitos e vividos no nosso tempo. Depois do sucesso da primeira edição em 2022, e dos espetáculos em mirandês (Miranda do Douro), sassarese (Sardenha) e estremenho (Estremadura), o certame de periodicidade bienal segue para a sua segunda edição, que decorre de 7 a 10 de junho de 2024, com espetáculos de teatro em línguas minoritárias, oficinas temáticas e muita animação. A apresentação pública do LÍNGUA – Festival Internacional de Teatro em Línguas Minoritárias decorreu, ontem, no café-concerto do Theatro Gil Vicente, e contou com a presença de Cândido Sobreiro, do Teatro de Balugas, da vereadora do pelouro da Cultura, Elisa Braga, do programador do teatro, Luís Ferreira, e da companhia Teatro de Balugas, organizadora do festival. Cândido Sobreiro referiu que realizar a segunda edição do Língua é um sonho tornado realidade. “Este Festival, passados dois anos, continua a ser, não só uma mostra de teatro, mas também um ponto de encontro multicultural para a discussão dos desafios e problemáticas que o teatro amador e comunitário apresenta neste contexto”. Elisa Braga, vereadora da Cultura do Município de Barcelos, salientou a importância do Balugas, enquanto companhia de referência do teatro amador. “Temos de apoiar este festival, e fazer deste evento um momento identitário do nosso concelho. Ambicionamos poder apoiar, projetar e pensar, e colocar Barcelos no centro do teatro amador”. Festival traz a Barcelos teatro da Galiza, Marrocos e Cabo Verde O certame de periodicidade bienal que vai decorrer de 7 a 10 de junho, no Theatro Gil Vicente, em Barcelos, irá abrir com a peça “O Milagre das Cruzes”, com interpretação em língua gestual portuguesa, obra protagonizada pela companhia de teatro da APACI, de Barcelos, que trabalha artisticamente a inclusão de pessoas com deficiência e/ou incapacidade através do teatro. Da Galiza, chega o premiado trabalho “O Meu Mundo non é deste Reino” do Teatro da Ramboia, que traz a palco a língua galega e, de Marrocos, a companhia Blanc’art de Casablanca traz o espetáculo “Soupir” em dialeto darija. A fechar o cartaz, e dedicado ao público infantil, é em língua cabo-verdiana ou crioulo que “Saaraci, o Último Gafanhoto do Deserto” sobe a palco pela mão do Saaraci Coletivo Teatral, companhia na diáspora entre Portugal e Cabo Verde. O certame terá, ainda, um debate sobre a importância do teatro como expressão para a salvaguarda e a difusão das línguas minoritárias. Haverá também espaço para formação, com destaque da oficina para crianças sobre língua mirandesa, dirigida pelo autor e professor Duarte Martins. A música ocupa também destaque neste certame, como um espetáculo de música tradicional galega e um concerto do projeto Sons de Barro da Banda Musical de Oliveira. O LÍNGUA – Festival Internacional de Teatro em Línguas Minoritárias é organizado pela companhia Teatro de Balugas e pelo Clube UNESCO para a Salvaguarda do Teatro em Línguas Minoritárias, com o financiamento do Município de Barcelos, da Fundação INATEL e o apoio de várias entidades nacionais e internacionais. |