A rubrica “Livros e Filmes da Minha Vida” uma parceria do Pelouro da Cultura – Biblioteca Municipal com a Zoom, quis homenagear Álvaro Cunhal neste mês de abril em que se comemora a democracia e a liberdade e num ano em que se evocam os 100 anos do seu nascimento.
Com uma vida inteiramente dedicada à luta pela liberdade, pela democracia e pelo socialismo, Álvaro Cunhal foi também o homem, o intelectual e o artista que se expressa nas suas obras, quer no plano da literatura, com o romance, novela e o conto, quer no plano das artes plásticas.
“Cinco Dias, Cinco Noites” é uma novela publicada em 1975. A ação desenrola-se no Norte de Portugal, nos finais dos anos 40, e centra-se em duas personagens, oriundas de realidades diferentes que, perante a adversidade, vão estabelecer um enorme respeito uma pela outra. André, com 19 anos, evade-se da prisão e é forçado a fugir de Portugal. Na cidade do Porto, um amigo apresenta-lhe um passador, contrabandista e com cadastro, conhecido como Lambaça, que vai ajudar o jovem a passar a fronteira de Trás-os-Montes, pois conhece bem a região. A partir do momento em que se conhecem, desenvolve-se um sentimento de antipatia entre André e Lambaça. No entanto, para transpor a fronteira, os dois convivem cinco dias e cinco noites, por montes e vales, a tentar despistar a polícia, e a desconfiança inicial entre eles começa a desvanecer-se, passando a gerar-se um sentimento de respeito e admiração que prevalece após a sua separação.