O artista, que diz ter “as melhores recordações da cidade de Barcelos, especialmente das feiras fantásticas (onde a presença dos barros é obrigatória)”, e dos sabores da gastronomia do concelho, reconhece que esta exposição só poderia chamar-se DESNORTEADO porque só este título fazia sentido: “Perdi o norte, (onde nasci) há algum tempo e rumei ao sul, e recordo-me quando era ainda estudante, de ouvir dizer, amavelmente, que as pessoas que seguiam artes eram DESNORTEADAS”.
Com as suas obras de arte, Heitor Figueiredo convida-nos a “sair do abstrato para encontrar formas de barcos, naves e comboios, e através delas viajar pelo mundo colorido da fantasia”. Ou seja, o artista “transporta-nos para um mundo de fantasia, pouco comum nos adultos. Um universo onde a imaginação é rainha e tudo é possível, desde as formas tão características do autor à sua extraordinária paleta de cores a que já nos habituou.”
“São construções de pequena, média e grande estatura, arranha-céus inclusive, e objectos presos por um fio, na corda do arame! Mas o tempo, por outro lado, é também, para Heitor, um dos factores determinantes (os outros, também são conhecidos e actuam como aliados naturais, as humidades, a poluição…) no processo histórico de qualquer edificação e da sua própria reabilitação, porque deixa marcas profundas: corrói a cor, destrói os acabamentos, cria todo o tipo e mazelas/texturas.”
“As cerâmicas de Heitor Figueiredo não respondem habitualmente à prévia identificação de uma forma com determinada função. Os objectos que cria podem ter várias utilidades. Interessa -lhe interrogar o espectador para que seja ele a atribuir uma função a esse objecto.”
Informações biográficas:
Heitor Figueiredo é um ceramista português nascido na cidade de Braga, em 1952. Frequentou a Escola de Belas-Artes e os curso da Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis e da Cooperativa Árvore, no Porto. Atualmente reside no Alentejo, onde se instalou há vários anos e onde foi fundador do Núcleo de Artes Visuais de Aljustrel.
Participou no X Simpósio de Esculturas em Terra, Oficinas do Convento, em Montemor-o-Novo e na Oficina Experimental Forno-Escultura com os ceramistas Nina Hole e Claus Hansen, na cidade de Montemor-o-Novo. Também esteve presente na Feira Internacional de Cerâmica Milenium, em Amesterdão, nos Países Baixos.
Colaborou no II Simpósio de Esculturas em terra, Habitar 2001, Montemor-o-Novo. Participou no Simpósio Internacional de Cerâmica no Falmouth College of Artes, em Falmouth, na Inglaterra. Participou na sétima Beca Alfonso Arisa, La Rambal.
Em 2005, recebeu o Prémio Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro.
Com um vasto currículo, Heitor Figueiredo realizou, entre outros, um estágio de cerâmica no CENCAL (Caldas da Rainha) com os ceramistas Erich Hebberling, Francis Behets, Senya Sonob, Xoan Viqueira e Yuji Terashirna.